sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Operação apreende quase uma tonelada de carvão próximo a BR-101

Ação realizada na Serra do Sambê, a oito quilômetros da rodovia, dinamitou nove fornos que funcionavam ilegalmente para produzir o material a partir da queima de madeira nativa

A quinta Operação Curupira deste ano, promovida nesta quinta-feira pela Secretaria Estadual do Ambiente (SEA) e coordenada pela Coordenação Integrada de Combate a Crimes Ambientais (Cicca), com apoio dos soldados do Batalhão Florestal (BPFMA), resultou na destruição de nove fornos de produção de carvão vegetal ilegal, na Serra do Sambê, entre os municípios de Rio Bonito, Tanguá e Cachoeiras de Macacu. Na ação foram apreendidos 850 quilos de carvão vegetal. O mapeamento e colocação das dinamites começou às 4 horas.

Segundo o coronel da Polícia Militar José Maurício Padrone, coordenador da operação, as investigações tiveram origem a partir de uma denúncia e foram necessários dois meses para a localização dos pontos de queima da madeira.

Os fornos tinham aproximadamente quatro metros cúbicos e foram escavados em barrancos para dificultar a localização. De acordo com Pedrone, a fumaça ficava encoberta entre as copas das árvores, o que atrapalhava a investigação.

Segundo o coordenador da operação, para que forno atingisse a capacidade de produção de 200 quilos de carvão, eram queimados 500 quilos de madeira nativa durante 20 horas.

Após a incineração, os fornos eram fechados por uma parede de barro, que com o calor se tornava um material resistente como concreto. Dois dos nove fornos dinamitados estavam na parte baixa e desmatada da serra. Os outros, espalhados pela mata, ficavam no alto do morro. Para chegar ao local só com uso de helicóptero ou três horas de caminhada.

O coordenador da Cicca afirma que os carvoeiros destroem a mata em troca de pouco retorno financeiro.

“São pessoas de baixo poder aquisitivo, sem opção, que herdaram a atividade da prática familiar”, diz, traçando o perfil dos criminosos. Segundo Padrone, os carvoeiros vendem um saco de carvão de 20 quilos por R$10 para depósitos sem licença, que comercializam o produto ilegal por R$16.

Por trilhas abertas na mata, o material ensacado é transportado em mulas e deixado para ser recolhido por veículos dos depósitos clandestinos.

Jerônimo José da Silva Júnior, delegado da Polícia Federal de Niterói, disse que a operação tem objetivo de potencializar as ações do Estado.

“Na primeira etapa da ação, no mês passado, foram apreendidas 70 toneladas de carvão”, relembrou, citando o fechamento de um depósito clandestino no Jardim Catarina, em São Gonçalo. “A segunda parte está sendo realizada hoje, com a destruição dos fornos e a próxima fase é identificar e punir quem compra o produto ilícito”, complementou Jerônimo.

A Serra do Sambê está a 1.100 metros acima do nível do mar e tem grande
biodiversidade.



O FLUMINENSE

Nenhum comentário: