domingo, 25 de maio de 2008

Minc convida oficial da PMERJ para chefiar Guarda Nacional Ambiental

Fábio Malta

O tenente-coronel reformado da PM José Maurício Padrone, morador de Niterói, foi convidado pelo novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, para chefiar a Guarda Nacional Ambiental anunciada por ele para ser criada tão logo assuma o cargo nesta semana. O novo órgão atuaria nos moldes da Força Nacional de Segurança. Padrone integrava a equipe de Minc, na Secretaria do Ambiente, desde o início do governo. A partir de janeiro de 2006, esteve à frente da Coordenadoria de Combate a Crimes Ambientais. Padrone, de 43 anos, que viaja nesta terça-feira para Brasília, com Minc, recebeu O FLUMINENSE para falar sobre seu novos planos.

FLUMINENSE - O senhor trabalha na fiscalização dos crimes ambientais desde que o Minc assumiu. Como foi o convite?


José Maurício Padrone – Servi por nove anos no Batalhão Florestal. O Minc já me conhecia quando era deputado estadual e leu minha dissertação de mestrado na Universidade Federal Fluminense (UFF) sobre problemas socioambientais no tráfico de animais silvestres. O convite para trabalhar em Brasília foi no último dia 16, e aceitei de imediato.

O FLU - O Minc chegou a propor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o Exército atuasse na Guarda. Quem seriam os integrantes da equipe?

Padrone - Como teremos só dois anos e meio pela frente, o Exército seria a solução. Porém, demoraríamos a conseguir a liberação. Ia ser uma briga política muito grande. Então é mais fácil botar os policiais militares, que já estão qualificados e prontos para o combate.

O FLU - Acredita que a implantação da Guarda seja difícil, por ser um órgão completamente novo?

Padrone – A idéia é trabalhar integrado com a Polícia Federal, com o Ibama, com os órgãos ambientais estaduais. Isso é um projeto antigo, não estou inventando nada. Vou só pôr em prática alguns projetos já existentes e unificar. É um anseio de todos os estados, usar a mesma linguagem.

O FLU - Os homens seriam oriundos de diferentes regiões?

Padrone – Para não desfalcar os batalhões, pretendemos pegar um pequeno efetivo de cada Estado, o pessoal que já tem a sensibilidade ambiental, já tem a qualificação, conhece a legislação. A exemplo da Força Nacional de Segurança, vamos pegar os próprios PMs, dar uma farda diferenciada, uma viatura nova, bons equipamentos. Não podemos aumentar os salários, mas vamos pagar diária. Haverá uma seleção apurada, com um processo rigoroso. Vamos montar uma tropa de elite de proteção ao meio ambiente.O FLU - O que pode ser aproveitado da experiência com o trabalho no Rio?

Padrone – Planejamos operações com todos os órgãos, Feema, Batalhão Florestal, delegacias. Os agentes gostam de trabalhar em conjunto. Isso motivou mais ainda os fiscais. Todas as ações são com dois ou três órgãos diferentes.

O FLU - O senhor considera a ida do Minc um sinal de que o Rio ganha força em Brasília?

Padrone – O trabalho do Minc foi reconhecido no País todo. Combatemos os crimes ambientais com o que já tínhamos, com a própria estrutura do Estado. Ninguém acreditava que o meio ambiente iria entrar numa favela, como entramos na Chácara do Céu, Pavão-Pavãozinho, Rio das Pedras, e destruir barracos em construção. Ninguém acreditava que o Minc conseguisse simplificar, desburocratizar esse método de licenciamento mantendo o rigor.

O FLU - Qual é a expectativa para o trabalho em Brasília?Padrone – Sabemos que vamos enfrentar muitos problemas, o desafio é muito grande. Estou apreensivo, mas doido para ir, todos estamos. Financeiramente não compensa, vale pelo desafio. Temos experiência prática, acho que podemos fazer bastante coisa.

Outros nomes podem ainda se juntar ao grupo

A equipe do secretário Carlos Minc tinha forte presença de niteroienses. O grupo que vai para Brasília ainda não foi fechado, mas até o fim da semana passada, pelo menos mais dois poderiam integrar a "comitiva": o superintendente de Qualidade Ambiental, Walter Plácido, e o superintendente de Intervenções Especiais, Marco Aurélio Damato Porto.

Minc gostaria de levar ainda o subsecretário de Projetos e Intervenções Especiais, Antônio Ferreira da Hora, que, no entanto, toca um dos projetos considerados essenciais na pasta, que é a recuperação do Canal do Cunha, na Maré. Outro niteroiense é o superintendente de Biodiversidade, Paulo Bidegain da Silveira Primo, que atualmente está em Ottawa, no Canadá. A "força-tarefa" de Niterói na defesa do meio ambiente tem ainda a presidente do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Alba Simon.

Já é certo que a secretária-executiva do Ministério será a subsecretária de Política e Planejamento Ambiental, Izabella Mônica Vieira Teixeira, que chegou a ser cotada para assumir a pasta no Rio. Para o lugar de Minc, no entanto, será nomeada esta semana a presidente da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla), Marilene Ramos.

Também de malas prontas para Brasília estão Suzana Kahn, que ocupava a Superintendência de Clima e Mercado de Carbono, Sergio Pinho, assessor técnico da secretaria entre outros assessores.

Minc deve aproveitar boa parte da equipe de Marina Silva, e, por outro lado, deixar alguns profissionais de confiança na Secretaria do Ambiente, pois, segundo colaboradores, deseja que a transição seja feita com calma.


O Fluminense

DIA 24 DE MAIO DE 2008
Operações do Batalhão Florestal apreendem balões e peixes.



Irma Lasmar

Policiais do Batalhão Florestal do Colubandê, em São Gonçalo, apreenderam três balões e uma bandeira na manhã deste sábado, durante duas operações simultâneas, movidas após investigações e denúncias da população. O maior tinha 8m de comprimento.

O material deverá ficar na própria unidade, para demonstrações em treinamentos e eventos ambientais, segundo os militares, como as armas de caça regularmente recolhidas.

Os policiais florestais contam que já iniciaram há um mês um levantamento para identificar os locais de maior incidência do problema, uma ameaça à natureza e à população. Os balões foram capturados quando caíam nos bairros Santa Catarina e Jardim Catarina. Os donos não foram encontrados.

Apesar da Lei nº 9605/98 prever a prisão dos infratores, a Lei 9099/95 não vê o crime como de alto potencial e baloeiros respondem em liberdade.

Peixe – Outro grupo do batalhão recolheu 20kg de peixes numa rede fixa na Lagoa de Maricá. A prática é proibida no local, mas ninguém foi preso. Todo o pescado foi entregue ao Abrigo Cristo Redentor, em São Gonçalo.


O Fluminense

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