sábado, 8 de outubro de 2011

Lagoa de Piratininga tem toneladas de peixes mortos

Além da mortandade, agravantes como a pesca irregular, a caça de animais silvestres, o desmatamento e a queimada foram alguns dos crimes ambientais apurados



A mortandade de peixes na Lagoa de Piratininga pode chegar a nove toneladas. Foi esta uma das avaliações dos fiscais da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Híbridos e Sustentabilidade de Niterói obtidas em uma operação realizada durante todo esta sexta-feira, no Morro da Viração, na Fazendinha, na Ciclovia da Lagoa de Piratininga e na Reserva Ecológica Darcy Ribeiro. Além da questão, outros agravantes como a pesca irregular, a caça de animais silvestres, o desmatamento e a queimada foram alguns dos crimes ambientais apurados em algumas denúncias feitas por ONGs e moradores através de sites e pela ouvidoria da prefeitura.

A operação iniciada pelo subsecretário de Meio Ambiente, Eurico Toledo, contou com a colaboração de técnicos das Áreas Protegidas, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), de policiais do BPFMA, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente da Polícia Civil (DPMA), da Guarda Ambiental e da Comissão de Meio Ambiente da Alerj (CDMA).

Conforme explicou o biólogo e coordenador da CDMA, Gustavo Berna, a situação dos despejos constantes de lixo e esgoto na lagoa, agravados pela falta de chuvas, faz com que o espelho d’água diminua, impedindo a entrada de oxigênio e provocando o aparecimento de algas vermelhas (rodóphitas), mais conhecidas como maré vermelha. “Este tipo de alga provoca uma coloração escura na água e é tóxica aos peixes. Se fizermos um apanhado dos peixes mortos em toda a extensão da Lagoa, encontraremos um equivalente igual ou até superior a nove toneladas de diversas espécies, o suficiente para lotar um caminhão”, alertou o biólogo.

Na Lagoa, as espécies eram as diversas como a sardinha maromba - em maior quantidade- , o bagre, tainha, corvina, camarões e até carangueijos. Nas calçadas, foram deixadas dezenas de sacolas de peixes mortos que segundo moradores são retirados diariamente pela Clin, provocando mau cheiro. No entanto, a mortandade é cada vez mais crescente.

De acordo com o chefe do setor de Áreas Protegidas de Niterói, José Mauro Faria, esta foi uma das primeiras de muitas fiscalizações em caráter de urgência determinada para o local. A questão da pesca irregular e a grande incidência de passarinheiros supostamente caçadores também foram observadas e farão parte da próxima etapa das equipes. “A ação de hoje foi para que possamos obter um aspecto da real situação de Piratininga e só então expedir os relatórios aos demais órgãos competentes para o cumprimento das medidas necessárias e em operações mais pontuais”, contou Faria, ao explicar a questão dos pássaros engaiolados, que se fossem recolhidos, teriam que ser encaminhados à Seropédica podendo não resistir ao calor durante o caminho e seus “donos” levados presos. Em apenas 4 quilômetros da extensão da ciclovia, pelo menos 15 passarinheiros foram identificados, muitos deles eram ainda adolescentes.


Fonte: "Jornal O Fluminense"

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